quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O "choque de cartão" do Alckmin

O "choque de cartão" do Alckmin
 
Por Luis Favre

Tenho mostrado ontem, no meu post Curiosidade [ http://blogdofavre.ig.com
br//?p=3299 ] , que o falecimento do governador Mario Covas em 2001, além
de marcar a chegada de Geraldo Alckmin ao comando do governo estadual, foi o
ponto de partida para um estouro no uso do cartão corporativo pelo
autodenominado "gerente".

O Painel da Folha hoje [ http://www1.folha.uol.com
br/fsp/brasil/fc1102200801.htm ] dá as cifras do aumento, mas faltou dizer
que esse aumento foi de 672%, entre o que Covas gastou em 2001 e Alckmin em
2002.

Como Alckmin já está cogitando argüir do fato que os cartões foram
implementados ao longo de 2001 e pelo tanto só começaram a gastar para valer
em 2002, fui conferir os gastos dos cartões de Alckmin entre 2002 e 2006. A
descoberta provoca um choque, não de gestão, mas de estupor.

Em 2003 a inflação foi de 9,3% segundo o IPCA cheio, já os gastos com os
cartões de Alckmin aumentaram em 2003 em relação ao ano anterior em 41,30%.
Cada ano do governo Alckmin é a mesma coisa, inflação para baixo (graças ao
Lula), cartões de Alckmin para cima, nos gastos.

Resultado do "choque de cartão" de Alckmin nos gastos com cartões
corporativos no Estado de São Paulo: aumento de 144,99% entre 2003 e 2006.
No mesmo periodo a inflação acumulada foi de 28,2%. Ou seja cinco vezes
acima da inflação nos gastos com cartão corporativo.

A titulo de exemplo, o aumento nos gastos dos cartões estaduais no ano de
José Serra, 2007, foi de apenas 5,82% em relação ao ano anterior, um pouco
acima da inflação do período.

Mas a herança "maldita" deixada por Alckmin para Serra, além dos gastos
inflacionados que atingiram em 2006 mais de R$ 102 milhões (quase o dobro do
governo federal no mesmo ano), é a explosão do numero de cartões nas mãos de
funcionarios estaduais, muitos deles em cargos de confiança: mais de 40 mil,
sem nenhuma transparência. Os gastos não podem ser controlados pela
população, nem monitorados pela mídia (não tem portal de Transparência no
governo estadual, só no federal). Um verdadeiro buraco negro provocado pelo
descaso com a exigência de uma gestão moderna, austera e transparente.
Mas os tucanos já decidiram, não tem nada demais na situação dos cartões
estaduais, todos os gastos são certinhos. Não vai ter CPI, nem maior
explicação além da consagrada frase: a culpa é do PT.

A mídia e a população são convidadas a dizer amém. Aquele gasto na loja de
magia esta explicado: com um passe de prestidigitador o público fica na
ilusão… da ética.

Se é verdade que o diabo mora nos detalhes, então os gastos miúdos da gestão
Alckmin mostram que o inferno morou, durante seu governo, no Palácio dos
Bandeirantes.



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